Domingo, 15 dez 2024
 
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Número de famílias paulistanas que pretendem obter crédito atinge maior patamar desde 2019

PEIC de novembro aponta que, desse grupo, a maioria deve usar recursos para as compras de Natal; emprego aquecido e inflação mais amena facilitam a obtenção de empréstimos

Estado - Em novembro, dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), indicam perspectivas positivas para o Natal na capital paulistana. 

O número de lares endivididados aumentou de 67,8%, em outubro, para 68,4%, em novembro, o que, na visão da Entidade, é resultado de um cenário econômico favorável, com emprego aquecido e controle da inflação. Com isso, há maior acesso ao crédito. Tanto que 21,2% dos entrevistados planejam contrair algum crédito ou financiamento nos próximos três meses, maior porcentual desde 2019. É um sinal importante para a data comemorativa, uma vez que, desse grupo, 91,3% devem utilizar os recursos para compras.

Na análise da FecomercioSP, a pesquisa revelou outros dados importantes que reforçam essa expectativa positiva, como o da inadimplência — que, em novembro, manteve-se estável em 19,5%. Em 2023, no mesmo período, 23,5% das famílias tinham alguma dívida em atraso. Em números absolutos, houve uma redução de 155 mil de lares inadimplentes na capital.

Outro termômetro que explica o cenário otimista é a parcela da renda comprometida com a dívida, que chegou a 29,3%, apontando que as famílias estão conseguindo manter um poder de compra relevante por meio de seus empregos e, ao mesmo tempo, contraindo crédito numa proporção adequada ao orçamento.

Além disso, a pesquisa revelou queda no atraso médio das contas: de 67,3 dias, em outubro, para 65,8 dias, em novembro. Um ano antes, a média estava em 68,6 dias. Isso significa que há menos lares com contas em atraso — e, mesmo entre as inadimplentes, o perfil está melhorando, com condições mais fáceis para resolver a situação.

Na opinião da Federação, a inflação controlada, o mercado de trabalho aquecido com ganhos reais de salário e o acesso mais fácil ao crédito têm sido uma combinação favorável para a população, sobretudo a de renda mais baixa, que consegue obter crédito com menor risco de inadimplência, contribuindo para o cenário econômico local. 

No entanto, apesar das perspectivas favoráveis, a FecomercioSP recomenda que os consumidores planejem os gastos de fim de ano, sempre lembrando dos compromissos do início do ano, como matrícula escolar, IPVA, IPTU, entre outros.

Nota metodológica 

PEIC 

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor.

O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos. 

Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.