Terça-feira, 26 nov 2024
 
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Brasil registra 709 casos de mpox em 2024

Infectologista do HJSC destaca que isolar pacientes é fundamental para prevenir a disseminação do vírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox, mais conhecida como varíola dos macacos, emergência de saúde pública após o aumento de casos na República Democrática do Congo. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 709 casos da doença em 2024. Em São Paulo, já são 315 casos confirmados desde o início desse ano, de acordo com o monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Entre janeiro e julho, o número de casos cresceu 257% em relação ao mesmo período de 2023.

A mpox é causada pelo mpox vírus (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. "Trata-se de uma doença zoonótica, ou seja, transmitida de animais para seres humanos. O vírus pode ser encontrado em animais como roedores e primatas, e o contato direto com esses animais ou materiais contaminados pode levar à infecção em humanos", explica o infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Silvio Bertini.

A transmissão da mpox ocorre principalmente por contato direto entre pessoas, através da pele, secreções e fluidos corporais de uma pessoa infectada. O vírus também pode ser transmitido pelo contato com objetos contaminados, como roupas e utensílios. A pessoa infectada pode transmitir o vírus desde o início dos sintomas até a cicatrização completa das erupções.

"O período entre o primeiro contato com o vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas varia de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados (linfadenopatia), calafrios e exaustão.

As erupções na pele, que podem surgir de um a três dias após o início da febre, podem ser planas ou elevadas, cheias de líquido, e formam crostas que eventualmente caem. Elas costumam se concentrar no rosto, mãos e pés, mas podem aparecer em qualquer parte do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e ânus. O número de lesões pode variar de poucas a milhares", explica o especialista.

Diagnóstico, tratamento e prevenção

O diagnóstico da mpox é feito através da análise clínica dos sintomas, principalmente das erupções cutâneas características, e pode ser confirmado por meio de exames laboratoriais, como a PCR, que detecta o material genético do vírus. "O diagnóstico precoce é essencial para o controle da disseminação da doença, pois permite o isolamento adequado do paciente e a adoção de medidas preventivas eficazes", afirma Dr. Bertini.

O tratamento da mpox é sintomático, focando no alívio dos sintomas, como febre e dor, e na prevenção de complicações secundárias. Em casos graves, podem ser utilizados antivirais específicos sob orientação médica. "Embora não exista um tratamento específico para a mpox, o manejo adequado dos sintomas e o suporte médico são fundamentais para a recuperação do paciente", explica Dr. Bertini. Ele reforça ainda a importância do isolamento dos infectados: "Isolar o paciente é crucial para evitar a propagação do vírus."

A prevenção da mpox inclui evitar o contato com os portadores do vírus e adotar medidas de higiene rigorosas, como a lavagem frequente das mãos. Além disso, pessoas que convivem com infectados devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) e evitar o contato direto com lesões ou fluidos corporais. "A conscientização e as práticas preventivas são fundamentais para reduzir o risco de infecção e controlar a disseminação da mpox", conclui Dr. Bertini.

Foto: Freepik/Divulgação/Enviada por Predicado Comunicação.

Assessoria de Imprensa do Hospital Japonês Santa Cruz.