Febre Oropouche atinge mais de 7 mil pessoas pelo Brasil e alerta especialistas
*Carolina Brites
O Ministério da Saúde anunciou que o Brasil registrou 7.236 casos de febre Oropouche em 2024, um aumento significativo em relação aos 832 casos confirmados em 2023. A doença, endêmica da região amazônica, está se espalhando para outras partes do país, com destaque para os estados do Amazonas, Rondônia, Bahia, Espírito Santo e Acre.
Os números mais recentes indicam que Amazonas lidera com 3.224 casos, seguido por Rondônia com 1.709, Bahia com 830, Espírito Santo com 412 e Acre com 265. Recentemente, o Ministério confirmou o falecimento de duas mulheres na Bahia devido à febre Oropouche, embora ambas apresentassem sintomas similares aos da dengue grave. Ambas tinham menos de 30 anos e não possuíam comorbidades.
Além disso, o Ministério da Saúde está investigando seis casos de transmissão da febre Oropouche de mãe para filho, que resultaram em morte fetal, aborto espontâneo e três casos de microcefalia, localizados em Pernambuco, Bahia e Acre.
A febre Oropouche é uma arbovirose, assim como a dengue, chikungunya e zika, identificada pela primeira vez no Brasil na década de 60. Ela é transmitida principalmente por mosquitos, que podem passar o vírus para outras pessoas após picar um indivíduo ou animal infectado”, explica a Dra. Carolina Brites, Infectologista Pediátrica.
Ela apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e chikungunya, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, febre, náuseas e vômitos. “Profissionais de saúde devem estar atentos, pois os sintomas são similares e pertencem à mesma cadeia de vírus. O diagnóstico envolve métodos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, e a notificação dos casos é essencial para o monitoramento”, alerta a especialista.
Em relação ao tratamento e prevenção, ela afirma: “Não há tratamento específico para a febre Oropouche. O manejo inclui repouso, tratamento sintomático e acompanhamento médico. As medidas de prevenção são semelhantes às da dengue e chikungunya: evitar áreas com muitos mosquitos, usar roupas protetoras, aplicar repelente e eliminar criadouros de mosquitos, como água parada”.
A Dra. Brites ainda acrescenta: “Embora a febre Oropouche seja mais conhecida na região amazônica, casos recentes em áreas não endêmicas ressaltam a importância da vigilância contínua e da disseminação de informações sobre a doença”.
*Sobre Carolina
Brites
Carolina Brites concluiu sua graduação em Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2004. Especializou-se em Pediatria pela Santa Casa de Santos entre 2005 e 2007, onde obteve o Título de Pediatria conferido pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Posteriormente, especializou-se em Infectologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e completou uma pós-graduação em Neonatologia pelo IBCMED em 2020. Em 2021, concluiu o mestrado em Ciências Interdisciplinares em Saúde pela UNIFESP.
Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP em Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha em serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém. Além disso, mantém um consultório particular e assiste em sala de parto na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ministra aulas nas instituições de ensino onde é professora.