Sábado, 27 jul 2024
 
Facebook

Rotary Club de Andradina presta homenagem ao pecuarista Antônio Minholi

MAIS FOTOS: 

Andradina – Na noite de quinta-feira, 22 de fevereiro, o Rotary Club de Andradina, através do presidente Carlos Roberto Mazotti, prestou uma merecida homenagem ao pecuarista Antônio Minholi. Mais conhecido como Sr. Toninho Minholi, o homenageado compareceu ao evento com toda a família.

O protocolo Marcio Bonfim abriu a solenidade ao lado do secretário Hugo Solovjovas, onde a mesa diretiva foi formada pelo presidente Mazotti, Edna Roque Mazotti (presidente da Casa da Amizade), Dr, Lucas Furlan Lopes (presidente da Câmara Municipal de Andradina) e o Governador 1985/86 Dr. Pedro José Storti.

Antonio Minholi recebeu uma placa em agradecimentos aos serviços prestados a sociedade andradinense e se emocionou com as palavras do presidente Mazotti, Lucas Furlan Lopes e do filho José Carlos Minholi. A surpresa ao homenageado ficou por conta da nora Anita Minholi, que preparou um telão com fotos sequencialmente contando a trajetória de Antonio Minholi.

Após a solenidade, Antonio Minholi fez questão de fotografar com todos da família e também com os rotarianos, em agradecimento a homenagem. Um jantar foi oferecido a todos, regado a bebidas e sobremesa para finalizar a noite festiva.

Biografia do pecuarista Antônio Minholi

Antônio Minholi nasceu em 08 de maio de 1939 em Guararapes/SP, filho de Otávio Minholi e Corona Roque Minholi, irmão mais novo de Lourdes Minholi. Com a idade de 03 anos, mudou-se para Andradina/SP, pois seu pai comprou um lote de 5 alqueires da firma de Joaquim de Moura Andrade no Timboré.

Com muito empenho, mesmo apesar da distância, frequentou a escola Alvaro Guião até a 4ª série, indo diariamente a cavalo, se formando com louvor e tendo como paraninfo Antônio Joaquim de Moura Andrade.

Aos 14 anos de idade, teve seu primeiro emprego, na Casa Vencedora, empreendimento da Dona Maria Myura, onde hoje está localizada a Casa do Lavrador, onde aprendeu a falar em japonês, o que lhe foi muito útil em suas negociações. Nessa época, aos sábados, também tocava sanfona na rádio no período de manhã e amanhecia o dia tocando nos bailes, com Zezinho e Tonho.

Por ser muito querido pela população e conhecido por sua competência, na idade de 16 anos, decidiu trabalhar por conta própria com compra e venda de cereais, buscando sua carga em um FORD 46 no estado do Paraná e revendendo na cidade, repartindo o lucro com o caminhoneiro.

Em uma dessas difíceis viagens, que eram sofridas e duravam mais de 10 dias, viveu uma das maiores aventuras de sua vida devido a uma enchente em 1954, que vivenciou em Porto de Nho Moraes, em Inajá, quando ficou ilhado por muito tempo, perdendo toda a mercadoria que com esforço foi adquirida e correndo sério risco de vida.

Desaparecido por mais de 20 dias, iniciou-se uma busca incessante por seu paradeiro. Um amigo da família se prontificou a procurado, e para isso, com muita dificuldade, seu pai Otávio fretou um pequeno avião na cidade de Três Lagoas para que tentassem encontrar seu filho. Após dias de procura, Antônio Minholi finalmente foi resgatado, e ao chegar em sua casa, foi acolhido por sua mãe que com muita gratidão a Deus, lhe esperou com uma sopa quentinha.

Com o intuito de segurar o filho travesso e mantê-lo afastado das estradas, Otávio deu ao filho uma pequena barbearia, para que trabalhasse cortando o cabelo, sediada entre a Rio Grande do Sul e a Rua Paes Leme. Porém, Antônio não estava satisfeito com a profissão, pois o lucro que obtinha tinha que ser repartido com o barbeiro oficial. Ciente de seu potencial e percebendo que não era viável manter o negócio, decidiu vender a barbearia.

Ainda menor de idade, montou seu primeiro negócio de venda de cerais, no local onde hoje se encontra o Ogata Rações, no centro da cidade. Como já conhecia bem o ramo, o negócio prosperou, oportunidade em que decidiu lucrar com a venda da empresa. Com o dinheiro da venda, montou um negócio ainda maior, novamente lucrando com a venda do negócio. Com o lucro, resolveu adquirir dois caminhões para fretes, e, nesse ramo, arcou com muito prejuízo, inclusive com o roubo de um dos caminhões, tendo que contar com sua perspicácia para recuperar todo o dinheiro investido.

Mesmo com tenra idade e trabalhando em outra área, Antônio Minholi sempre almejou possuir um pedaço de terra, por essa razão, em meados de 1956, juntou todas as suas economias, todo o patrimônio de seu pai, e ainda ficou devendo 140 mil cruzeiros na época, para comprar seu primeiro sítio, situado onde hoje é localizada a Igrejinha do Barro Preto.

Ao realizar, essa transação, todos da família e todos os amigos diziam que Antônio acabaria com a vida do pai, que não teria um futuro próspero por ser muito impulsivo, além de quê, iria perder tudo, porém, nunca desistiu e acreditou que teria desde que se esforçasse, teria sucesso profissional. Chegando o dia de pagar a dívida de 140 mil cruzeiros, não tinha tido lucro algum e não sabia como faria para pagar o débito, assim, teve que vender a propriedade, e, após pagar sua dívida, de todo o patrimônio investido, lhe restou apenas 5 mil cruzeiros e um Jeep velho.

Tendo que recomeçar, comprou um caminhão fiado de seu tio e, com sua incrível habilidade de negociação, foi capaz de vendê-lo por um valor muito acima do que de fato valia, assim, fez da compra e venda de caminhões seu negócio. Em estando tão bem sucedido nesse ramo, conseguiu comprar outros sítios, e adquirir sua maior fazenda: Fazenda Santo Antônio, um agregado de 33 pequenas propriedades.

Em 1958, casou-se com Elza Obice Minholi, e teve 3 filhos: José Carlos, Suelita Antônia e Auro Wilson. Os filhos, dos quais têm muito orgulho, lhe propiciaram uma linda e unida família, com 07 netos e três bisnetos, além de seguirem o mesmo ramo, e, trabalhando lado a lado com o pai, aumentaram consideravelmente o patrimônio. Atualmente, cada filho, com a ajuda e orientação do pai, deram continuidade ao seu legado, adquirindo novas fazendas nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Antônio Minholi, com muita luta e esforço, tornou-se um ícone da sociedade andradinense, conhecido por todos por sua imensa sabedoria e grande capacidade de negociação.

Em novembro de 2020, perdeu a Dona Elza, sua companheira de vida, em uma batalha contra o covid-19. Uma mulher batalhadora, que sempre esteve ao seu lado e grande responsável pelos êxitos em suas conquistas.

Hoje em dia, retornou as origens e adquiriu nova propriedade no Bairro do Barro Preto, onde passa a maior parte do seu tempo, com sua nova companheira, Maria Neiva, um exemplo de força. É um homem muito feliz pelos amigos que fez ao longo de sua caminhada, tem muito orgulho de ser o patriarca de uma linda família, e relembra com muita gratidão a sua trajetória: uma trajetória sofrida, na qual trabalhou com afinco para conquistar seu patrimônio e com um imenso orgulho do legado que construiu.