Sequela deixada pela Covid tem atrapalhado retomada de atividades físicas, aponta especialista
Com o verão se aproximando e a expectativa de que tudo
volte ao normal no próximo ano, após a pandemia de Covid-19, muita gente tem
se animado para retomar as práticas de atividades físicas. Entretanto, uma das sequelas deixadas pelo novo
coronavírus tem sido alvo de queixa: o excesso de cansaço de voltar a
praticar exercícios. Médico ortomolecular e especialista em medicina
desportiva, João Branco explica o que tem causado a dificuldade dos pacientes
que já tiveram Covid para manter o ritmo na hora de se exercitar. “Se tornou comum no consultório queixas como: ‘Dr, está
difícil voltar depois da Covid, por causa do cansaço’. Isso se deve ao
bloqueio androgênico, que é a diminuição da produção dos hormônios,
principalmente dos androgênicos, dentre eles, a testosterona. Pra retorno na
atividade física, a testosterona melhora a performance, ajuda na queima de
gordura e tem efeito termogênico na dose fisiológica”, explica o
especialista. João Branco ainda faz um alerta para que essas pessoas com
dificuldade de retomar o ritmo não apelem para meios mais fáceis, como o uso
de substâncias como esteróides e anabolizantes. “Muitas pessoas buscam por ‘dicas’ sem controle médico do
uso dos EAA (Esteróides Anabólicos Androgênicos), que vem de um caminho
escuso, vem do Paraguai, do câmbio negro, e essas substâncias usadas de
maneira aleatória e sem acompanhamento médico podem causar um prejuízo muito
grande, principalmente pra quem continua com os riscos cardiovasculares
causados pela Covid, principalmente os fatores pró-trombose. E isso é péssimo, porque você fica usando esse tipo de
EAA, que baixa o HDL e aumenta o risco de trombose, junto com os fatores que
estão vindo em função da doença provocada pelo coronavírus. Isso aumenta
muito o risco cardiovascular”. A orientação é, sempre que possível, ser acompanhado por
um profissional adequado. “Não faça isso, acompanhe com seu médico. Existem
exames com marcadores sobre fatores pró-trombose que a gente tem como
acompanhar. E se precisar, obviamente com acompanhamento médico para quem
pode, isso pode ser feito. Não é que eu seja contra, mas não pode ser feito de
maneira aleatória por dica de quem não conhece seu próprio organismo. E isso
a gente já viu pessoas fisicamente bem, que eram atletas e que faleceram
devido ao erro de usar em excesso essas substâncias”, finaliza o
médico. |