“Carta de Murutinga” repudia prisão de prefeito e servidores
(Fotos: Rey Aro)
Documento foi assinado por 26 prefeitos durante encontro que lotou a Câmara Municipal em plena manhã de domingo (17)
Murutinga do Sul - Um documento denominado “Carta de Murutinga” foi elaborado e assinado ontem (17), de manhã, durante encontro que reuniu 26 prefeitos da Região. A carta deverá ser enviada ao governador do Estado de São Paulo e à Secretaria da Segurança Pública, entre outros órgãos governamentais, como forma de repúdio a uma recente ação de autoridade policial que prendeu em flagrante o prefeito de Murutinga do Sul, Gilson Pimentel e mais quatro servidores dos setor de limpeza pública municipal, sob a acusação de crime ambiental.
O juiz Jamil Nakad Júnior, da 1ª Vara da Comarca de Andradina, relaxou a prisão sem arbitrar fiança por entender que não houve crime e nem motivos que justificassem o flagrante. Inconformados com o que consideraram uma arbitrariedade da autoridade policial, os prefeitos se mobilizaram rapidamente e em pleno domingo de manhã mudaram a rotina da pacata Murutinga em manifestações de solidariedade e em discursos de desagravo ao prefeito e aos servidores que passaram uma noite presos. Além dos prefeitos, o encontro que começou às 08h00 da manhã e se estendeu até as 11h00 contou ainda com a participação de vice-prefeitos, vereadores, lideranças políticas regionais e membros da sociedade murutinguense.
Perseguição
O prefeito de Sud Menucci e presidente da AMENSP, Julio Cesar Gomes se monstrou indignado com a ação da polícia e chegou a levantar a possibilidade de uma perseguição política contra o prefeito Gilson Pimentel. Gomes lembrou que mais de 80% dos municípios brasileiros não possuem aterro sanitário e disse estranhar jamais ter ouvido falar de um prefeito que tenha sido preso por isso. Já o prefeito de Brauna, Flávio Giussani demonstrou seu inconformismo, principalmente por saber de todo empenho que o prefeito Gilson vem fazendo para buscar uma solução em nível regional. Quem também não poupou críticas à ação da polícia foi o prefeito de Araçatuba, Dilador Borges destacando, entre outras questões, as dificuldades que as prefeituras têm para manter o equilíbrio das finanças públicas.
Bastante emocionado, o prefeito Gilson agradeceu o apoio recebido e em público desculpou-se com os servidores que foram presos. O prefeito disse não querer acreditar que a polícia civil se prestaria a um papel que desviasse do padrão de comportamento ético que ela sempre demonstrou, mas destacou que diante das circunstâncias não poderia deixar de apurar quais as razões que motivaram as prisões.
Ainda participaram do evento os prefeitos Ricardo Mathias Bertaglia (Luiziania); Luiz Antonio Pereira de Carvalho (Guzolândia); Laerte Aparecido Rocha (Nova Luziania); Clóvia Izídio de Almeida (Lavínia); Gise Tonchis (Lourdes); Luciana Dias Rodrigues (São João de Iracema); Genival Prates Alves (Bento de Abreu); José Silvanei Facca Filho ( vice de Barbosa); Leandro Rogério de Oliviera (General Salgado); José Adalto Borini (Nhandeara); Aparecida de Fátima Nascimento (Castilho); Terezinha Aparecida Varoni ( Coroados); João de Altair Domigues (Pereira Barreto); Helena Berto Tomazini Sorroche (Alto Alegre); Ildo de Souza (Glicério); Nelson Kazumi Tanaka (Guaraçaí); Otavio Augusto Giantomassi (representando Ilha Solteira); Fabio Dourado (Itapura); Tamiko Inoue (Andradina; Haroldo Alves Pio (Santópolis do Aguapei); Valkter Crusca Lourenço (Suzanápolis) e Lenira Maria Silva de Novaes (Rubiácia).