Terça-feira, 22 abril 2025
 
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Recuperação de sede do 2 Irmãos vai integrar ações no assentamento

Murutinga do Sul - Foram anos de lutas, organização e trabalho coletivo para que os assentados do “2 Irmãos”, pudessem sair do improviso e conquistassem um local digno para seus encontros, atividades e até ter um local para atendimento de Estratégia da Saúde da Família Rural, com médico uma vez por semana.

Enquanto ouviam o discurso da presidente do Fundo Social de Solidariedade, Nádia de Oliveira Campos, fundamental no processo recuperação da antiga sede da fazenda, o passado de improviso parecia ficar pra traz. Fora do prédio, o antigo galpão de madeira vai ficar com símbolo de um passado deixado de descaso das administrações anteriores.

“Fizemos tudo em tempo recorde e a ajuda de todos foi fundamental. Recebam esse local como parte de suas casas e cuidem dele para que todas as famílias do assentamento fazem desta casa uma referência em atendimento”, disse Nádia sob aplausos.

A cerimônia simples, com clima de festa e confraternização foi realizado na última quinta-feira (30 de junho) e apresentada pelo Fred (Frederico Donadelli), que tem acompanhado a comunidade de perto. No rosto dos participantes a satisfação de ver que o sonho acabou possível. “Agora, essa população não terá mais que se deslocar até os centros urbanos para o atendimento de saúde pública e também para seus eventos” disse o vice prefeito Paulinho Gambarato, que nas últimas semanas foi um verdadeiro mestre de obras, organizando a valente equipe de trabalhadores que conseguiram deixar o prédio em condições de uso em menos de um mês.

“A implantação do espaço só foi possível a partir da união da prefeitura, Fundo Social e Incra”, disse Gambarato, que comentou ainda em seu discurso que o local será voltado a atividades voltada para a realidade do campo, e servirá de referência no município.

Segundo a Secretária de Saúde, Luzinete Aparecida Dias Ottoboni, no local haverá um modelo de atendimento voltado para a comunidade rural, com horários organizados de acordo com a realidade do trabalhador e trabalhadora do campo e atuar na medicina preventiva.

O ato também contou com a presença da prefeita dos vereadores de Murutinga do vereador, Nilson Xavier (Negão), José Santo Jacomeli e do presidente Adeildo de Oliveira “o Kikão”, que fez a doação de 150 mudas de árvores frutíferas e nativas para serem plantadas no entorno do prédio.

Prefeito na capital

A inauguração do prédio foi marcada pela ausência do prefeito José Célio Campos que estava na capital paulista assinando convênios importantes, como o Melhor Caminho e com o SeiaCati, ambos para a recuperação de estradas rurais. O Melhor Caminho vai recuperar 5 km de estradas entre Murutinga e o vizinho município de Guaraçaí, que também vai receber 3 km de melhorias.

José Célio também aderiu a um programa do Instituto de Terras de São Paulo (ITESP) para regulamentação fundiária e acompanhou o convênio com a Defesa Civil para recuperação da ponte do moinho, onde já aconteceram visitas técnicas. O prefeito também assinou um convênio pra recebimento de um “kit padaria”.

Produtividade

Segundo o técnico do Incra, responsável pelo atendimento, Alessandro Bonfim, a nova sede vai ajudar em muito as atividades desenvolvidas no assentamento. “A gente auxilia eles tanto no plantio se eles tem intenção de plantar e produzir a cultura e também encaixo os produtos deles com os compradores da região, trabalho nesse setor de comercialização então precisamos de muita atividade”, disse.

O forte do assentamento está na produção de batata doce, cabotiã e da crescente atividade do urucum, todas com ótimos preços. “De início, quando o assentamento foi implantado a maioria optou pelo leite por que o incentivo que o Governo dá para o leite é melhor. Só que agora com estes projetos do abacaxi e da batata doce, que é o carro chefe, esse assentamento aqui é o que mais se destaca. Só esse ano nós tiramos aqui mais de 10 mil caixas de batata doce em seis meses. Ai você coloca uma média de 20 reais e vê o quanto de dinheiro que entrou no assentamento”, explicou.

Mesmo quem não tem condições de plantar a batata, trabalha para quem planta dentro do próprio assentamento. “Então isso movimenta o assentamento. Hoje 50% dos lotes tem no mínimo meia dúzia de leira de batata doce. O projeto pegou aqui e vai para outros assentamentos”, finalizou.