Empresários da indústria seguem confiantes pelo quarto mês consecutivo, aponta CNI
Funcionários
trabalham em linha de montagem de fábrica de sapatos
Indicador que mede
otimismo de 30 setores cresceu em 21 segmentos no mês de agosto. Deputado
Newton Cardoso Jr. (MDB/MG), presidente da Frente Parlamentar Mista Nacional da
Indústria, atribui resultado a ampliação da vacinação, aumento do consumo e
fomento à atividade interna
Os empresários de 30 setores da indústria estão confiantes
pelo quarto mês consecutivo, de acordo com levantamento mais recente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em agosto, o Índice de Confiança do
Empresário Industrial (ICEI) permaneceu acima dos 50 pontos em todos os
segmentos analisados, o que indica que as empresas seguem otimistas.
O ICEI cresceu em 21 dos 30 setores que compõem a pesquisa. Em dois setores,
não houve melhora, nem piora. Em sete houve recuo na confiança, mas em apenas
um essa queda foi maior do que um ponto percentual.
Para o deputado federal Newton Cardoso (MDB/MG), presidente da Frente
Parlamentar Mista Nacional da Indústria, três fatores contribuem para o
otimismo disseminado entre os empresários industriais: o aumento do consumo, o
avanço da imunização e as dificuldades para importações, que acabam por
incentivar a produção da indústria nacional.
“É importante ressaltar que com o aumento da vacinação Brasil afora a atividade
econômica tem condição de se recuperar. Tem mais gente na rua, tem mais gente
voltando às rotinas normais de sua vida com a plena vacinação e, com isso, não
só a atividade econômica, mas especialmente a atividade industrial tem condição
de crescer e este é um dos principais motivos do aumento da confiança também do
setor industrial”, acredita.
A chegada das festas de fim de ano aliadas às restrições para importar também
explicam a confiança das empresas. “No mês de setembro temos, também, o início
das encomendas natalinas e, considerando uma forte dificuldade em importações
de alguns setores, por conta das restrições em portos e atividade portuária
como um todo mais devagar, há um aumento significativo da demanda da indústria
nacional de itens que, ainda que haja semelhantes no mercado internacional, a
indústria brasileira passa a ser mais demandada”, diz.
ICEI Setorial
O levantamento
também mostra que quanto maior o porte da empresa, mais confiantes estão os
empresários. O ICEI das pequenas empresas encerrou agosto em 61,7 pontos, ante
62,5 pontos nas médias empresas e 62,9 pontos entre as grandes.
No recorte por região, destaque para o Norte, onde o ICEI chegou aos 66 pontos,
sete pontos acima do resultado obtido em agosto do ano passado. Em seguida vêm
as regiões Sul (64,6), Centro-Oeste (62,6), Nordeste (61,9) e Sudeste (60,9).
Apenas no Centro-Oeste houve queda na comparação com o mês de julho.
Os empresários do setor de máquinas e equipamentos são os mais confiantes, de
acordo com a CNI. O ICEI do setor é de 66,6 pontos. Os setores de químicos
(exceto HPPC), produtos diversos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(65,1) e produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) também se destacam.
Mesmo os cinco setores menos confiantes estão consideravelmente acima dos 50
pontos, o que indica, portanto, que permanecem otimistas quanto à melhora da
atividade industrial.
O economista Benito Salomão afirma que a confiança dos empresários industriais
tem explicações mais subjetivas, uma vez que o Produto Interno Bruto (PIB)
recuou 0,1% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, assim como a
própria indústria, que teve retração de 0,2%, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo ele, o otimismo pode estar relacionado à retomada do crescimento
sustentado em 2022 e à expectativa pelas reformas, por exemplo. O economista
espera que a confiança dos empresários industriais reflita em crescimento concreto
do setor nos próximos meses, porque isso traria impactos para a economia do
país.
“A indústria é um setor importantíssimo para que o País
volte a apresentar uma trajetória sustentável de crescimento, porque a
indústria é um setor intensivo em tecnologia e inovação. O setor da indústria
quando cresce gera inovações, cria tecnologias novas que vão ser absorvidas por outros setores”, pontua.
Levantamento
O ICEI Setorial do mês de agosto contou com a participação de 2.383 empresas, das quais 949 são de pequeno porte, 860 de médio porte e 574 de grande porte.
Foto: Miguel Angelo/CNI.