Advogado tributarista alerta: “A Receita Federal está de olho no seu PIX”
Dr. Eliézer Marins afirma que ainda que não haja
fiscalização de transferências individuais, os bancos enviam para a Receita
Federal um consolidado com valores movimentados nos últimos 5 anos. O PIX, sistema que permite transferências e pagamentos
eletrônicos a qualquer hora do dia, já responde por mais da metade das
transferências bancárias, segundo dados do Banco Central. A dúvida é: a
Receita Federal pode usar o PIX para investigar seus bens e verificar suas
movimentações financeiras? Segundo o advogado tributarista, Eliézer Marins, a
resposta para a questão é que não pode, direta e automaticamente, já que as
transferências feitas pelo sistema estão protegidas pela lei do sigilo
bancário. "É necessária uma ordem judicial ou um procedimento
administrativo para a Receita poder ver suas movimentações no PIX, assim como
já acontece em transferências feitas por TED e DOC. Pelo procedimento
administrativo, o contribuinte é intimado a apresentar os extratos
bancários", pontua o advogado. Segundo Eliézer, ainda que não haja fiscalização de
transferências individuais, os bancos enviam para a Receita Federal um
consolidado com valores movimentados nos últimos 5 anos. "Não só do famoso PIX, mas de todas as operações dos
contribuintes, portanto a Receita já sabe e vai continuar sabendo qual é o
valor movimentado por você pelos bancos - não importa o meio (TED, Doc ou
Pix). E o ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que pode usar o Pix
para cobrar um imposto similar à antiga CPMF", explica. Segundo o especialista, na verdade, o Leão usa todos os
agentes financeiros, seguradoras, bancos, corretoras, fundos de
aposentadoria, entre outros, para saber toda a movimentação financeira de
cada CNPJ ou CPF. A informação é mensal e envolve movimentações superiores a
R $2.000 para pessoa física e R $5.000 para as pessoas jurídicas. "As consequências dessa medida para as pessoas
honestas é o risco de malha fina ou questionamento da Receita sobre
movimentações ou saldos errados, informados por descuido ou engano. Quem sonegar impostos terá de justificar o patrimônio
descoberto e provavelmente terão que arcar com os custos dos impostos e
multas, que chegam a triplicar o valor original", afirma. O advogado fez
recomendações para que não se caia por descuido ou sem má fé na malha
fina. "No caso de pessoas físicas, é importante manter
consigo controles como talões de cheques, Docs, Teds e extratos bancários
mensais, cópias das declarações de IR, comprovantes de pagamentos a
terceiros, extratos de cartões de crédito, informes de rendimentos do
empregador etc. Mantenha-os por pelo menos seis anos.As transferências
entre familiares, dependentes ou não, ou a qualquer outra conta corrente,
deverão ser também registradas, e os documentos comprobatórios,
guardados", esclarece. Marins afirma que as pessoas jurídicas, tanto optante pelo
Simples quanto pelo Lucro Presumido ou Real, a partir de agora, para o
esclarecimento de qualquer questionamento, será fundamental o balanço
contábil dessas empresas, além da declaração de imposto de renda jurídica bem
detalhada e conciliada com os dados contábeis. Apesar de não poder examinar as transferências individuais
dos contribuintes feitas pelo Pix, por TED ou por DOC, a Receita Federal
recebe das instituições financeiras os valores globais consolidados das movimentações
financeiras dos contribuintes. "Com isso, a Receita já possui acesso à movimentação
financeira e saldos dos contribuintes que são declarados pelas próprias
instituições financeiras ao Fisco sem detalhar se foram feitas por TED, DOC e
agora pelo Pix", completa. A Receita Federal por meio de uma IN “lei” que ela mesma
criou tem acesso à tudo e a todas operações, eles se baseiam
na Instrução Normativa 1.571 de 03 de julho de 2015. Sobre Eliézer
Marins Eliézer Marins, advogado formado pela Universidade de
Ribeirão Preto (UNAERP), com especialização em Direito Tributário, atua no
mercado com consultoria empresarial e tributária. CEO do Grupo Marins, que atua na gestão, consultoria e
auditoria de recursos financeiros, patrimoniais e questões tributárias para
grandes empresas. Thiago Martins de Freitas-VH Assessoria |