Quinta-feira, 25 abril 2024
 
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Comissão da Câmara vai acompanhar queimadas na Amazônia

(Foto: Valter Calheiros/Museu da Amazônia)

Governo tem questionado dados sobre desmatamento na Amazônia

O Congresso Nacional vai entrar nas discussões sobre preservação ambiental e desmatamento da Amazônia com mais profundidade a partir da próxima semana. É que uma comissão externa será criada na Câmara para discutir as queimadas na região amazônica e a Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas vai criar um plano de trabalho para poder avaliar cientificamente a situação ambiental e, assim, cobrar medidas de preservação mais eficazes do governo.

"A Câmara vai criar uma comissão externa para acompanhar o problema das queimadas que atingem a Amazônia", anunciou nesta quinta-feira (22) no Twitter o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Essa comissão será responsável por analisar toda essa questão do desmatamento e muito provavelmente propor projetos de lei e fiscalização, até porque essa questão do combate ao desmatamento depende muito de política pública", acrescentou o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), que promete acompanhar os trabalhos da comissão externa da Amazônia.

Além disso, será uma realizada uma comissão geral nos próximos dias para avaliar a situação e propor soluções ao governo. A comissão também foi confirmada por Maia nesta quinta-feira e atende a um pedido de deputados da oposição. O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), por exemplo, chegou a sugerir a realização da comissão no plenário nessa quarta-feira (21). Ele disse que, diante do avanço do desmatamento e das críticas que o governo tem feito a esses dados, o Parlamento tem que contribuir com esse debate para recuperar a imagem do País no exterior.

No Twitter, Maia concordou que discutir a questão da Amazônia "é importante para mantermos forte nossas exportações do agronegócio e preservar o nosso meio ambiente". "Agora o que o Parlamento pode fazer é a produção legislativa. O ministro e o presidente também precisam fazer sua parte", pontuou Agostinho, pedindo que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente Jair Bolsonaro tomem atitudes práticas para a preservação da Amazônia ao invés de apenas questionar os dados sobre o avanço do desmatamento.

Comissão Mista

A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas também deve dar início aos seus trabalhos na próxima semana. Recém nomeado presidente da comissão, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) quer realizar a primeira reunião do colegiado na próxima semana para definir o relator e o plano de trabalho do grupo.

Ele contou que, diante das polêmicas criadas em torno da questão ambiental nos últimos dias, o objetivo da comissão é fazer a "compreensão técnica dos dados que existem e a revalidação dos dados que estão sendo atacados de forma desorganizada pelo governo para mostrar cientificamente o que temos em termos de mudança de climática e impacto na natureza, além das consequências para a vida das pessoas e para a economia, para, a partir daí, chamar o governo federal para a razão".

"Vamos avaliar de que forma o Congresso Nacional pode atuar para pressionar e exigir que o governo tenha uma política ambiental série, porque essa questão ambiental é urgente e não pode ser tratada com fake news", disse Vieira.