Sábado, 20 abril 2024
 
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Recebida denúncia do MPSP contra mulheres que xingaram e cortaram cabelo de criança

Parentes da vítima, as rés responderão por injúria racial e lesão corporal

A denúncia apresentada pela promotora de Justiça Flávia Flores Rigolo contra cinco mulheres que cometeram crime de injúria contra uma criança foi aceita na última semana pelo Judiciário. Todas as rés responderão também por lesão corporal.

De acordo com a Promotoria, em dezembro de 2017, em Mogi das Cruzes, Adriana Alves da Silva, Joseli Alves da Silva Ferreira, Joselia Alves da Silva (tias da vítima), Nataly Alves da Silva Moreira (prima da criança) e Mayara dos Santos Niculau (esposa do primo da menina) agiram com o propósito de humilhar a garota e rebaixar sua dignidade ao, sem o seu consentimento, colocá-la em uma cadeira e puxar seus cabelos com força com ajuda de um pente, cortando os fios de maneira desordenada e causando lesões no couro cabeludo.

As rés ainda chamaram a criança, então com 9 anos, de "macaquinha" e disseram que o cabelo dela era "podre", fazendo referência, de forma pejorativa, à cor da pele e à etnia da criança.

Na sequência, Adriana telefonou para a irmã, mãe da criança, e, novamente com a intenção de depreciar a dignidade moral alheia, afirmou que a menina era uma “neguinha de cabelo podre”. Para a promotora, ao proferir ofensas à honra da garota, Adriana atingiu reflexamente a dignidade da própria irmã, que também é considerada vítima na ação penal.

"Consumadas as ofensas moral e física, a mãe e seu companheiro se dirigiram ao local do ocorrido e se depararam com a menina chorando, com os cabelos retalhados e dor no couro cabeludo", diz a denúncia.

Na ação, o MPSP pede a condenação de todas as rés na esfera penal e ainda a fixação de valor mínimo para a indenização dos danos morais causados às vítimas.