Sexta-feira, 19 abril 2024
 
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Artigo: Cada Vez Pior

José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente universitário, palestrante e conferencista

Muito angustiante ouvir um economista e professor da FGV como Márcio Holland vaticinar o que acontecerá no Brasil em 2019. Ele participou de um programa Painel, na GloboNews, com Renata Loprete e dois outros colegas, ambos chamados Francisco. A situação do próximo Presidente é muito pior do que a enfrentada em 1989 e 2014. O desemprego em alta, o PIB em baixa, a inflação voltando a crescer.

Absoluta impossibilidade de se utilizar das receitas costumeiras para retomar o desenvolvimento. A Reforma da Previdência é inadiável. O rombo aponta para 300 bilhões em 2019. Não há mais onde cortar, porque o custo do Estado é cada vez maior. O Congresso ainda ajudou com a “pauta bomba”, atestado maior da irresponsabilidade parlamentar. Não há como baixar juros, menos ainda aumentar tributos. O brasileiro já não suporta a carga excessiva para receber serviços públicos de quinto mundo.

A previsão dos três economistas é a mais pessimista que ouvi nestes últimos tempos. Concordo com eles que a verdade não será transmitida ao eleitor. Este, sempre mal informado, não quer saber de mais sacrifício. Quer promessas vãs, aquelas mentiras reiteradas que a cada eleição iludem o cidadão. O que não é previsível é a dimensão da mentira. Sem esta, não haverá vitória do eleito. Para ser sufragado nas urnas, terá de desenhar cenário róseo. Muito longínquo da realidade angustiante e aflitiva em que o País se encontra.

Tudo isso está nessa caótica política partidária que obriga o candidato a fazer barganhas e acordos com aqueles “que não podem ser recebidos em casa”. Para obter minutos de TV, sacrificam-se ideais e escondem-se as urgências. Sabendo-se que não há como salvar o Brasil sem muito sangue, suor e sacrifício. E quem quer saber disso?

Esse é o drama tupiniquim. Não há quem desconheça a tragédia em que a Nação mergulhou. Não há quem tenha coragem de “por a mão no fogo” pelos políticos profissionais. Não há quem deixe de enxergar que uma República com quarenta partidos não pode funcionar e que uma estrutura arcaica, inflada e pesada é um sangradouro que já conduziu a economia nacional à bancarrota. Mas quem é que terá a ousadia de não fugir a esse encontro inadiável com a verdade?

Nota da Redação: Os artigos publicados neste espaço “Opinião” são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do “Jornal Folha Regional de Andradina” e nem de sua direção.