Quinta-feira, 28 mar 2024
 
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Artigo: De A Vinha e o Ceticismo

Inferi em meu artigo “A Vinha e o Ceticismo”, no livro As Profecias sem Mistério (1998), que é flagrante a necessidade de alargar a ótica espiritual do pensamento humano criador, para que finalmente se torne aríete da gigantesca libertação que resta por fazer. Em que bases?!

Nas do Espírito, desde que não considerado medíocre projeção da mente, porquanto é a Sublime Luminosidade que dá vida ao corpo: eis a Extraordinária Vinha que o Criador oferece à criatura para livrá-la da zonzeira do ceticismo excessivo. Embora certa dose dele seja bastante salutar, se apreciarmos esta advertência de James Laver (1899-1975), antigo responsável pelos departamentos de Gravura, Desenho e Pintura do Victoria and Albert Museum, de Londres, entre 1938 e 1959: “O ceticismo absoluto é tão injustificado quanto a credulidade absoluta”.

Leis físicas e ceticismo

Na nova edição de Cidadania do Espírito, incluí: Nas páginas da obra O Cérebro Espiritual — Para uma ciência não materialista da mente, do dr. Mario Beauregard, Ph.D. e da jornalista Denyse O’Leary, encontramos este raciocínio da bióloga e naturalista religiosa norte-americana Ursula Goodenough sobre as limitações científicas: “A ciência na verdade não pode falar de coisas como telepatia, crença, et cetera, de maneira alguma... Tudo o que sabemos sobre leis físicas consideraria completa e irrefutavelmente que isso não acontece, que não é a forma como as coisas funcionam”.

Os autores do compêndio citam ainda reflexões do pesquisador e autor na área de Parapsicologia Dean Radin, em seu The Conscious Universe, que declara: “Aos poucos, na década de 1990, [o ceticismo] foi se deslocando de controvérsias sobre a existência de efeito psi para como explicá-lo... Os céticos que continuam a repetir as mesmas afirmações de que a parapsicologia é uma pseudociência, ou que não existem experiências reproduzíveis, são mal informados não apenas sobre o estado da parapsicologia, mas também sobre o atual estado do ceticismo!”

E comentam os autores: “Em geral, os materialistas reagem ao psi de quatro maneiras: negação categórica, afirmações de que a ciência não pode tratar psi, alegações de que se trata de um efeito trivial e proposição de hipóteses alternativas que permanecem não testadas”.

Encerro, chamando a atenção para o que ressaltou Ursula Goodenough: “... tudo o que sabemos sobre leis físicas...”. Ora, e o que sabemos é tão insuficiente! A cada dia conhecimentos postos como irredutíveis são derrubados, ou quase isso, por novas descobertas científicas. Talvez ainda falte mais humildade a esse fabuloso campo. E, para alguns poucos expoentes, menos temor de perder o status quo.

Sabemos que é preciso aprender sempre mais. Sócrates (470-399 a.C.), que dispensa apresentação, dizia: “Quanto mais sei, mais sei que não sei”. O caminho do aprendizado é infinito. (...) Ser constantemente revista é o grande apanágio da Ciência, o sinete de sua amplitude, a segurança do seu desenvolvimento, o qual tem elevado a novos estágios a Humanidade.

Ao perscrutar o conhecimento, o ser humano atinge a Ciência. Quando vivencia o Amor Fraterno, alcança Deus, o supino da Sabedoria, a equação perfeita.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com